domingo, 17 de maio de 2020


                                       
                                   Foto: Rui Santos - 1876


13 de maio – O que comemorar?

É evidente que a data é um importante marco para determinar o fim de uma questão que vinha aos poucos se tornando inadiável para um país que carregava o triste fardo de ser o último a manter ativa a escravidão. O que não podemos é simplificar a questão acreditando que bastou uma Lei para que as coisas se modificassem. A escravidão deixou marcas difíceis de serem apagadas da nossa memória. Muitos foram os movimentos, muitas foram as lutas para que a questão começasse a ser pensada como necessária para o processo civilizatório da humanidade. Nomes como: Joaquim Nabuco, Andre Rebouças, Maria Firmina dos Reis, Luiz Gama, entre tantos outros, são deixados em segundo plano para que a história possa exaltar a figura da princesa salvadora. Apesar de ser notório o fato de a família imperial ser favorável a abolição, não podemos deixar de ressaltar que aqui (como hoje em dia) a questão econômica foi posta acima dos interesses dos abolicionistas para que os mais ricos pudessem manter seu status. Quando a assinatura do documento se mostrou inevitável, infelizmente não veio acompanhada de planos de ação para minimizar os efeitos nocivos que mais de três séculos de escravidão impuseram aos negros. Embora existissem projetos nesse sentido, eles foram ignorados. Como resultado, essa população, em sua maioria, foi marginalizada, muitos negros voltaram para suas senzalas para garantir alguma condição de sobrevivência, outros tantos se aglomeraram em favelas e cortiços sem infra estrutura adequada. Os efeitos de todo esse descaso podem ser sentidos ainda hoje, quando percebemos a dificuldade dos negros de se inserirem em boas universidades, em postos de trabalho bem remunerados, em determinados ambientes majoritariamente brancos, quando percebemos que os dados da violência do Brasil perpassam por questões de raça e quando, mesmo em pleno século XXI, ainda precisamos de movimentos e manifestações para garantir direitos e respeito a nossa cor.
E o mais impactante nisso tudo é pensar que passados tantos séculos ainda existem pessoas firmes no propósito de provar que existem diferenças entre brancos, pardos, mulatos, índios, ocidentais, orientais, nordestinos, sulinos, homens, mulheres, umbandistas, evangélicos, etc.
Será que a humanidade tem jeito? Será que antes de acabarmos com o planeta, conseguiremos acabar com os preconceitos?
A única coisa que podemos comemorar hoje em dia é que estamos vivos para continua lutando por mudanças e trabalhando para criar um mundo melhor.   

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Eu voltei!

Imagem: Aron Visuals/Unsplash


Olá pessoas! 

Dentre todas as situações experimentadas neste período de isolamento social por conta do vírus da COVID-19, voltar ao blog talvez seja a mais grata surpresa que me ocorreu. Passaram-se 13 anos desde que aqui postei pela primeira vez às voltas com meus artesanatos e afins. Muita água rolou nesse tempo e hoje aqui retorno para iniciar uma nova fase da minha vida. Essa fase se chama “assumindo minha vocação de professora”. Pois é, realizei meu sonho de me diplomar em história e hoje sou professora da rede pública do estado de São Paulo. Estou lecionando há apenas três anos e cada dia fico mais admirada com o grande aprendizado que esta profissão me proporciona. Tenho percebido mais do que nunca o quanto o tempo é um bem precioso. A falta dele pode nos distanciar de pessoas, de coisas que nos dão prazer, de viver plenamente. O isolamento nos dá tempo de sobra para fazer várias coisas que antes não fazíamos pelo fato de o tempo ser muito curto.
Então, lá vou eu, com tempo e com ânimo para escrever, ler, publicar, sonhar enquanto ainda tenho tempo. Tempo, tempo, tempo, mano velho...
O foco aqui agora será a história, mas, como nunca segui regras, vou falar um pouco sobre qualquer coisa que me apeteça.
E história tem tudo a ver com tempo, a passagem do homem pelo mundo e todas as mudanças e transformações decorrentes dela. Estudamos o tempo passado para tentar compreender o presente e decorrido tanto tempo da história da humanidade ainda nos perguntamos qual o sentido da história? O historiador Francês Philippe Ariès (1914-1984) em seu livro “O tempo da história” faz uma reflexão sobre isso. A partir de sua vivência pessoal ele analisa os processos de construção do tempo histórico sobre diversos aspectos, e aponta como ao fim do processo o que se destaca é uma história coletiva, ignorando-se as individualidades.
E já que estou falando de tempo, que tempos são esses? Estamos fazendo parte de um processo histórico que certamente irá figurar nos livros futuros como um tempo de dor, escassez e certamente de mudança de paradigmas. Não mais poderemos ignorar que toda essa passagem humana ao longo da história conhecida causou mudanças irreversíveis no meio ambiente e nas relações sociais. O modo de vida contemporâneo, principalmente, pautado no consumo desenfreado e insustentável, transformou o mundo em que vivemos em um produto passível de ser explorado, consumido e modificado ao sabor do interesse das grandes potências econômicas, a fim de alimentar um sistema que parece não se esgotar jamais. Mas, ele se esgota, e foi necessário um isolamento forçado para percebermos que o capital não está acima das vidas humanas. O capital não existe sem as vidas humanas. A história se compõe de vidas e o papel que Ariès tanto destacou das vivências individuais como elemento formador da história, vidas essas historicamente ignoradas pelo “mais forte”, não pode ser depreciado.
Em que momento as pessoas perderam o interesse de conhecer sua própria história? Por que reproduzimos erros do passado como se não soubéssemos o fim da história? Por que continuamos a devastar nosso mundo como se não houvesse amanhã? São muitas perguntas, não me cabe apontar onde estão os erros e quais são os caminhos, mas, me cabe a reflexão e a mudança da parte que me cabe desse latifúndio.

Obrigada e até breve.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Cheiros que amo...







Cheiro de livro novo
Cheiro de pão fresco
Cheiro de terra molhada
Cheiro de pele de bebê
Cheiro de flor de laranjeira
Cheiro de alho frito
Cheiro de mar
Cheiro de café
Cheiro de roupa lavada
Cheiro de mato recém cortado

quarta-feira, 4 de abril de 2012

DEZ LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA

Quando eu era criança:

- Eu acreditava em saci-pererê e no homem do saco
- Eu sonhava com a loira do banheiro toda noite, por muito tempo.
- Gostava de filmes antigos (muito antigos)
- Vivia embaixo da cama (meu universo paralelo)
- Andava sem parar (tipo Forrest Gamp)
- Tive várias cicatrizes de tombos (continuo caindo muito)
- Tive uma pasta com elástico onde eu guardava meus segredos, perdi a pasta e os segredos
- Tive um tamanco "francesinha" que eu amava
- Aprendi a assoviar com uma amiga na sexta-série
- Encontrei numa praça um livro do Machado de Assis, aos onze anos, no dia das crianças. Foi o meu primeiro tesouro literário que guardo com carinho até hoje . Se tivesse que salvar um bem material de um incêndio, eu salvaria o "Machado".

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Troca Páscoa Gostosa - Grupo Ponto a Ponto Flickr





 Ando meio sumida, pouco tempo pra fazer as coisas que gosto mas, arrumei um tempinho para vir mostrar a minha última troquinha do grupo Ponto a Ponto. Espero que minha amiga secreta goste.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Fim de semana foi assim...









Minha cidade completou 67 anos na última semana, e recebeu várias atrações musicais para comemorar. Entre elas esta banda que é um símbolo da minha adolescência "Paralamas do Sucesso", que se apresentou no sábado. O show foi gratuito e muito bem organizado. Parabéns duplamente à cidade! Que outros shows do mesmo porte aconteçam daqui por diante.
No domingo torci pra que o Vasco fosse campeão brasileiro, não deu. Parabéns aos corinthianos pela vitória.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Fim de semana foi assim...

FIM DE SEMANA FOI ASSIM...

Sábado fui prestigiar a feira de Informática aqui da minha cidade, o evento aconteceu no Centro Cultural Newton Gomes de Sá e aproveitando a “vibe”  da sustentabilidade, os organizadores  recolheram dezenas de aparelhos eletrônicos usados trazidos pelas escolas da região. Legal.


No domingo fui ao cinema assistir ao filme recomendado pela minha diretora Sonia, “O Palhaço” – dirigido pelo talentoso Selton Mello. Confesso que não sou muito fã de assistir filme nacional no cinema, pode ser preconceito mas, o fato é que tenho a sensação de estar vendo novela numa tela bem grande. Enfim, fui  surpreendida novamente, já havia curtido muito o filme “Chico Xavier”, este do Selton também é muito bom, uma historinha simples que soube dosar muito bem o drama e a comédia, ambientado em pequenas cidades interioranas . Um filme sem violência, sem apelação, gostei.


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Amigo Secreto


TROQUINHA DO GRUPO “PONTO A PONTO” DO FLICKR

Aproveitei o feriado também para terminar de preparar a minha primeira troquinha virtual, o tema é “Lavabo Natalino”. Espero que minha AS goste das coisas que preparei para ela. Ela é lá do sul, de Viamão/RS. Estou muito ansiosa. Este clima de natal me deixa eufórica.

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